Minha Trajetória Profissional

Agora que já escrevi um pouco sobre algumas coisas elementares do início da carreira de programador (escola, faculdade e estágio), vou começar a postar sobre a carreira de programador no mercado de trabalho, que é onde você vai se desenvolver para ter o sucesso que deseja. Acho legal iniciar esse assunto contando como foi a minha trajetória profissional. No post Como Conseguir um Estágio, contei rapidamente sobre como eu fiz para conquistar cada oportunidade como estagiário. Agora vou revelar um pouco do que aprendi em cada experiência e espero que você possa se beneficiar disso.

Inter.Net

Minha primeira experiência profissional foi na Inter.Net. Eles são, entre outras coisas, um provedor de internet e eu trabalhava no suporte técnico por telefone aos clientes. Foi legal por ter sido meu primeiro emprego e começar a ter contato com o mercado de trabalho, mas a experiência foi péssima. Adquiri pouco ou nenhum conhecimento técnico e o trabalho era muito chato. Muito mesmo. Tenho só uma coisa a destacar.

ligações

Esse foi um relatório de feedback enviado pelo supervisor para todos da equipe. Mesmo odiando cada minuto dando suporte por telefone para os usuários (que desafiam qualquer paciência que você tenha), eu procurei me destacar para tentar aprender o máximo possível e, quem sabe, conseguir alguma outra oportunidade um pouco mais atraente. A oportunidade acabou não vindo na Inter.Net, mas fica o conselho:

Sempre dê o seu melhor, não importa o que está fazendo.

Mark Up

Minha passagem pela Mark Up foi bem curta. Trabalhava como estagiário em análise de sistemas e, por ter ficado tão pouco tempo, não absorvi muito conhecimento do que acontecia por lá. Meu ponto a destacar, que é bem importante, é na verdade sobre a saída da empresa.

Não tenha medo de mudanças.

Explico. A situação era a seguinte: tinha ficado 3 meses na Inter.Net, estava procurando outro estágio e fui aprovado na Mark Up. Depois de apenas 1 mês trabalhando lá, fui chamado para trabalhar na Envvio como estagiário em programação por indicação de um amigo da faculdade. De início fiquei muito feliz com a oportunidade de aprender a programar e ainda trabalhar com um amigo, mas depois que pensei melhor fiquei com medo de mudar. Tinha o pensamento que, com só 4 meses de carreira, era errado mudar de emprego 2 vezes. Poderia deixar minha chefe chateada por ficar tão pouco tempo, ainda mais depois dela ter deixado claro na entrevista que eu não ia aprender a programar – sendo que justamente era o meu motivo de querer sair. Fiquei realmente com receio de mudar.

Mas como disse: avalie os riscos, mas não tenha medo de mudanças. Pensei no que seria melhor para a minha carreira e, depois de quase 4 anos, posso dizer que foi uma das melhores decisões que tomei na minha trajetória.

Envvio

Aqui foi onde minha carreira de programador realmente começou. A empresa tinha a cultura de contratar estagiários que não tinham muito conhecimento, mas com potencial e vontade de aprender. Eu fui um deles e, sem dúvida, me beneficiei muito disso. Digo até hoje que quase tudo que sei aprendi nesse estágio, e é por isso que enfatizo tanto que o estágio é a etapa mais importante da carreira de um programador.

Fui contratado para atuar no front-end. Aprendi na prática o que era HTML, CSS, JavaScript e jQuery. Com pouco tempo, fui buscando aprender mais e ir cada vez mais fundo na pilha de tecnologias de um sistema web. O back-end era em ASP.NET MVC e rapidamente entendi como funcionava a View, o que era o Model e de onde ele vinha, o Controller. Fazia também alguns layouts de novas telas no Photoshop. Foi realmente intensivo, mas em pouco tempo eu já tinha uma ideia bem consolidada do básico que era necessário para desenvolver um sistema. Focado no front-end, eu sabia que quando uma nova feature ia ser desenvolvida era preciso desenhar o layout das telas, montar o HTML e CSS da estrutura e fazer funcionar com JavaScript, trazendo e levando dados para o back-end.

Duas coisas fizeram meu processo de aprendizado ser tão rápido. A primeira é que, como a cultura da empresa era de ensinar, todos os programadores mais experientes estavam dispostos a ajudar, e isso foi fundamental. A outra é que, mesmo sendo estagiário e ainda estar aprendendo, eu tinha responsabilidades e prazos como qualquer outro programador. Eu sentia que meu trabalho fazia diferença para o sistema e isso só me motivava cada vez mais.

É claro que esses dois fatores dependem da empresa que você trabalha, mas não só dela. Por isso ficam os conselhos:

Tenha sempre vontade de aprender mais.

Busque responsabilidades, seja importante e faça a diferença no lugar onde trabalha.

Continuando a história, depois de alguns meses, pedi para mudar para o back-end. Percebi que, em tamanho e importância, o universo do back-end era maior que o do front-end. Migrando para o back-end eu estaria aprendendo mais tecnologias e obtendo mais responsabilidades na empresa.

Logo meu pedido foi atendido e comecei a aprender os aspectos do back-end da mesma forma que antes: na prática. A transição foi um pouco mais fácil pela experiência que eu já tinha, mas o ritmo foi bem intenso.

Nesse período, a empresa estava criando a cultura de boas práticas de desenvolvimento de software. Pude vivenciar a aplicação das práticas ágeis do Scrum, o ensinamento de como desenvolver orientado a testes e até um pouco de builds automatizadas. Ter a oportunidade de aprender tudo isso ainda como estagiário foi muito importante para a minha carreira.

Ad.Agency

Depois de quase 1 ano e meio na Envvio, fui me aventurar em outro desafio. Pela minha experiência e conhecimentos adquiridos, estava procurando por vagas como efetivo e surgiu a oportunidade na Ad.Agency, uma agência de publicidade voltada para CRM.

Segui meu próprio conselho e aceitei as responsabilidades que caíam sobre mim. Era praticamente o único programador na agência e fiquei assustado no início porque o universo era bem diferente do que eu tinha vivido na Envvio. Não fazia ideia, por exemplo, de como fazer o deploy de uma aplicação. Não sabia o que era o IIS. Só tinha aprendido MVC e tinha que dar manutenção em sistemas Web Forms. Enfim, ia aprendendo essas coisas junto com as demandas que vinham. O que aproveito dessa época é um conselho bem importante:

A melhor habilidade que você pode ter como programador é ser eficiente em resolver problemas.

Escrevi mais sobre isso nesse artigo no LinkedIn. A ideia principal é que, para resolver problemas, você deve ter uma atitude ativa para procurar e aplicar as melhores soluções possíveis e não desistir na primeira tentativa com falha. Na programação muitos erros podem acontecer, mas junto com eles várias soluções são dadas e estão disponíveis na internet ou em livros. Basta ter persistência.

G&P (Secretaria da Educação)

Novamente apliquei meu conselho de não ter medo de mudanças e, com pouco tempo na Ad.Agency, aproveitei a oportunidade na G&P que apareceu por meio de um professor da minha faculdade. Iria ganhar mais que o dobro do que estava ganhando na Ad.Agency e trabalhar alocado na Secretaria da Educação, no projeto Secretaria Escolar Digital.

Nessa oportunidade, acredito que consegui consolidar minha carreira de programador. Ganhei profunda experiência sobre programação, visto que o sistema era muito grande e usado por muitas pessoas (praticamente todos os funcionários administrativos de todas as escolas do estado de SP) e performance era fundamental.

Ad.Agency

O título não está errado. Após alguns meses na Secretaria da Educação, retornei à Ad.Agency como programador sênior.

No final dessa passagem, que foi de 1 ano, percebi que estava caminhando numa direção que não me agradava muito. Adquiri pouco conhecimento técnico e era muito ocupado com o andamento dos projetos, que estavam ficando repetitivos ao longo do tempo. Queria algo diferente, mas não sabia exatamente o quê.

Linx

Buscando algo diferente, retornei para uma empresa grande. Fui contratado pela Linx para trabalhar no e-commerce.

Embora a Linx seja uma excelente empresa para se trabalhar, essa foi a época que eu estive mais desmotivado na minha carreira. Eu não tinha a responsabilidade que tinha antes na Ad.Agency. Consequentemente, não sentia que meu trabalho fazia a diferença para a empresa ou para o produto. A companhia era muito hierárquica e eu me sentia sufocado naquele ambiente cheio de gerentes, coordenadores e diretores prestando contas entre si e fazendo com que o trabalho fosse meramente formal – focado em apresentar números.

Foi bastante desmotivador também ver o nível do código que estava sendo desenvolvido. Mas o pior disso tudo era que eu não sabia ajudar. Sempre lembrava que no meu estágio era tão motivador trabalhar com TDD, Scrum e boas práticas de programação, mas fazia muito tempo que eu não estava num ambiente assim. Parei para pensar que desde a minha saída da Envvio, embora eu tenha ganhado bastante experiência e responsabilidades, minhas skills de programação só caíram. E na Linx nem as responsabilidades eu tinha mais.

Então aconteceu uma coisa boa: comecei a ler muitas coisas na internet. Primeiro um pouco sobre empreendedorismo e startups, depois programação. Achei alguns blogs interessantes que me motivaram a começar a escrever esse blog, ler livros técnicos (Clean Code) e participar um pouco na comunidade de desenvolvimento. E foi num grupo do Facebook (.NET Coders) que eu encontrei a oportunidade que mudou e está mudando a minha carreira.

Lambda3

Você pode me achar aqui 🙂

Como na data de escrita desse post estou bem no começo da minha trajetória na Lambda3, vou deixar minha visão e expectativas dessa experiência para outro post (aqui!). Mas posso dizer que estou bastante feliz e motivado por trabalhar numa empresa bem diferente de todas as outras que já trabalhei.

Até mais!